terça-feira, 11 de outubro de 2011

NASCIMENTO GRANDE

José Antonio do Nascimento, mais conhecido como “Nascimento Grande”, foi um dos valentões mais terríveis de Recife, no fim do século 19.  Assim como o legendário BESOURO MANGANGÁ, era respeitado na Bahia; MANDUCA DA PRAIA no Rio de Janeiro e NASCIMENTO GRANDE em Pernambuco.  Era alto, forte, usava um chapéu e tinha uma bengala que pesava quinze quilos.  Uma “bengalada” e Nascimento Grande mandava o sujeito dormir mais cedo.






Conta a história que Nascimento Grande nunca perdeu uma briga.  Morreu aos 90 anos.  Não era de seu caráter provocar brigas, mas uma vez provocada,ninguém o segurava. Vários capoeiristas tentaram destronar Nascimento Grande para ficar com sua fama, mas, todas as tentativas foram em vão. Da mesma maneira que Besouro tinha poderes sobrenaturais e que era protegido por um “patuá”, conta-se que Nascimento Grande também tinha o “corpo fechado” e usava um amuleto no pescoço para se proteger dos inimigos e das forças negativas.  Ninguém pode garantir, mas, o que todos diziam é que até mesmo as balas não atravessavam seus corpos.

Nascimento Grande teve dois inimigos que queriam lhe matar de qualquer maneira;  eram eles: CORRE HOJE  e  ANTONIO PADROEIRO.  Uma vez, Corre Hoje foi ajudado por sete homens na tentativa de liquidar Nascimento Grande e no final, encontrou  a morte, atingido por uma bala perdida, destinada a Nascimento Grande.  Antonio Padroeiro também teve seu fim tentando assassiná-lo; foi desarmado e espancado até a morte.  Nascimento Grande tinha um lado parecido com Besouro, bastante característico nos capoeiristas; o de gostar de ridicularizar os inimigos.  Uma vez foi atacado por PAJÉU, malfeitor conhecido.  Ele lhe deu uma rasteira e o vestiu com roupas de mulheres, o que provocou deboches do publico.  Outra vez, em que ele estava cercado por dez soldados numa rua sem saída, ele subiu em um telhado baixo e saltou sobre eles, dando-lhes bengaladas.

De todas as brigas, a maior foi contra JOÃO SABE TUDO,um outro famoso valentão de Recife. Os dois evitavam se encontrar, pois, sabiam que com certeza haveria briga.  Certo dia encontraram-se perto do Largo da Paz; eles se cruzaram e a briga começou  na mesma hora. João Sabe Tudo com uma peixeira e Nascimento Grande com sua bengala.  A cidade inteira estava em volta deles para assistir ao espetáculo.  O tempo passava, mais a briga se tornava surpreendente. Nascimento Grande e João Sabe Tudo, avançavam e recuavam, descendo a rua Imperial no meio  aos golpes de bengala, rasteiras e muito mais.  Eles saíram na Matriz de S. José e entraram, se batendo, na igreja, acompanhados pela multidão. Nesse momento apareceu o vigário, os obrigando a parar em respeito à casa de DEUS; mandando  os dois apertarem as mãos. Contra vontade, os dois apertaram as mãos e nunca mais brigaram.

A hora final chegou para as maltas,  mais ou menos em 1912, coincidindo com o nascimento do FREVO, legado da capoeira. ( É mais correto dizer “ o passo” que é a dança pois “frevo” é a musica que acompanha).

Os bandos rivais do “4º Batalhão” e da “Guarda  Nacional” desfilavam no carnaval de Pernambuco, protegidos pela agilidade e pela coragem dos capoeiristas armados de peixeiras que com seus “SLOGANS” desafiavam os inimigos. A polícia  chegava e parava os jovens dos grupos musicais e com eles,  seus líderes: 
NICOLAU DO POÇO, JOÃO DE TOTÓ E JOVINO DOS COELHOS, até dominar o mais importante deles, NASCIMENTO GRANDE...


CORPO  FECHADO - Se diz de alguém do candomblé
que é protegido  espiritualmente.
PEIXEIRA – Faca de cabo de madeira, com longa lâmina bem afiada.
MALTAS- Bandos de foras da lei, do século 19, no Rio de Janeiro, praticantes de Capoeira.
PATUÁ- Pequeno saco contendo poções mágicas, levados junto ao corpo para proteção espiritual.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Videos Grupo Muzenza Pernambuco
















Em Breve!!


Curso com Mestre Feijão


No dia 05/09/2011 Foi realizado no clube Municipal de Paulista 
um curso com Mestre Feijão, onde ele Passou Movimentações
entrada e saída , falou um pouco da sua história ,vida pessoal
e sobre o Grupo Muzenza aqui no Brasil e na Espanha.





Graduação do Grupo Muzenza Capoeira

Graduação Infantil - até 15 anos

Crua
Crua-Cinza
Crua-Amarela
Crua-Laranja
Crua-Verde
Crua-Vermelho
Crua-Azul
Cinza-Laranja
Cinza-Verde
Cinza-Vermelho
Cinza-Azul
Amarelo-Verde
Amarelo-Vermelho
Amarelo-Azul
Laranja-Vermelho
Laranja-Azul
Verde-Azul


Graduação Adulto




Cinza

Cinza - Amarelo

Amarelo

Amarelo - Laranja

Laranja

Laranja - Verde

Verde
Verde -Vermelho

Verde - Azul

Vermelho - Azul (Monitor)

Azul (Instrutor)

Vermelho - Roxo (Prof. 1º grau)

Vermelho - Marrom ( Prof. 2º grau)

Vermelho - Preto (Prof. 3 º grau)

Roxo (Contra-Mestre 1º grau)

Roxo - Marrom (Contra-Mestre 2º grau)

Marrom (Contra - Mestre 3º grau)

Vermelho (Mestre 1º grau)

Preto (Mestre 2º grau)

Vinho (Mestre 3º grau)

Branco - Vinho (Mestre 4 º grau)

Branco (Mestre mor)


Significado das cores

Cinza - Vem das cinzas e das cinzas retornará.
Amarelo - Onde está buscando a riqueza do conhecimento.
Laranja - Representa o futuro que está nascendo, dentro da capoeira.
Verde - Do limo das pedras, onde está fixando com a
Capoeira, começa a ficar liso.
Azul - Onde atingiu um grau de conhecimento, é a busca da temperança e do equilíbrio.
Roxo - Primeiro estágio em busca da energia positiva de ser mestre.
Marron - Onde começa e atinge o amadurecimento de ser mestre. Fica concreto como madeira de lei.
Vermelho - Simboliza a vida.
Preto - Simboliza a raça negra
Vinho - O símbolo do envelhecimento. Quanto mais velho melhor.
Branco - Representa a pureza.

"A planta que dá melhores frutos, são as que leva mais pedrada."

Antonio Carlos de Menezes (Mestre Burguês)

Antonio Carlos de Menezes, nasceu em Laranjeiras - Sergipe, e com 3 meses de idade, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Teve o seu primeiro contato com a capoeira aos doze anos de idade, quando cursava a 6ª série no colégio Evangélico em Ramos ao lado da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense. Jogava muita bola por ali, e havia um capoeirista chamado China, que sempre encrencava, e batia em todos. Então, um dia, resolveu treinar capoeira, para não apanhar mais do China, e de mais ninguém.

O primeiro mestre, foi um exemplar do livro Capoeira sem Mestre,comprado pelo amigo Nelson, e juntos começaram a treinar os primeiros movimentos, no morro do Alemão ( Ramos - RJ ), local onde Nelson morava. Passado algum tempo, tomaram o gosto pela arte, e começaram a assistir as rodas do mestre Mintirinha, logo de início identificaram-se com o estilo de luta de seu irmão, Paulão, que iniciava suas aulas no clube do Bolinha.

Como não tinham dinheiro para pagar a academia, juntaram cobre, chumbo, garrafas velhas, jornal, e venderam, conseguindo juntar dinheiro suficiente para pagar 3 meses de aula antecipados. Como isso era raro na época, Paulão pensou que os meninos eram ricos dando assim o apelido de Conde e Burguês.
Mais tarde, o amigo Conde acabou afastando-se da capoeira.
Mestre Burguês, depois de passar por muitas dificuldades, como frio, fome, dificuldades financeiras, preconceito e discriminação, conseguiu superar vários obstáculos e aos poucos instalar e fixar o Grupo Muzenza no sul do Brasil.




Fundou a Federação Paranaense de Capoeira em 1985, foi um dos fundadores da Confederação Brasileira de Capoeira em 1992, fundou e é o presidente da Superliga Brasileira de Capoeira em 1998, publicou o livro O estudo da Capoeira, em 1978; publicou o livro Cânticos da Capoeira em 1982. Tem 22 CDs de capoeira editados, sendo um deles gravado no Canadá. Em 1995, criou um jornal com a finalidade de resgatar a tradição da capoeira e ajudar todos os capoeiristas, e ministrou cursos em mais de 30 países.

História da Muzenza

O Grupo Muzenza de Capoeira, foi fundado em 5 de maio de 1972, na cidade do Rio de Janeiro, tendo como seu fundador, Paulo Sérgio da Silva (Mestre Paulão), oriundo do grupo Capoarte de Obaluaê, do Mestre Mintirinha (Luís Américo da Silva).
Em outubro de 1975, chega a Curitiba - Paraná - Mestre Burguês (Antônio Carlos de Menezes), que depois de lecionar nos bairros do Méier e Madureira, no Rio de Janeiro, decide fundar mais um núcleo do Grupo Muzenza no Sul do Brasil, implantando e desenvolvendo uma metodologia e uma filosofia própria, voltada para as raízes da capoeira, tendo introduzido essa modalidade em clubes, quartéis, escolas, academias, comunidades carentes e comunidades negras.
Mais de 15.000 alunos, já passaram pelo Grupo Muzenza de Curitiba, e hoje o Grupo se faz presente em 26 estados brasileiros, e 35 países, buscando sempre os fundamentos e as raízes da capoeira através de muita pesquisa.
Desde 1975, o Grupo passou a ser presidido pelo Mestre Burguês.